ESPECIAL PR NA CHINA

Abstract

Com uma agenda completamente carregada e com o foco colocado na necessidade de reforçar as relações de amizade e cooperação entre as duas nações e povos, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, efectuou, de 16 a 21 de Maio último, uma visita de Estado à República Popular da China. Além do reforço da componente política, a visita de Estado à China tinha também o foco apontado para a componente económica, particularmente a necessidade de assegurar que Moçambique continue a beneficiar do apoio chinês em várias acções e áreas de desenvolvimento. De forma mais particular, e tendo em conta a experiência e tecnologia chinesa no sector agro-industrial, foi consensual entre as partes a necessidade de se assegurar a transferência de tecnologia chinesa para garantir o aumento da produção e produtividade agrícolas em Moçambique, condição indispensável para garantir a segurança alimentar e nutricional de todo o povo moçambicano. Foi, pois, com esta visão que as partes assinaram vários acordos, entre os quais o acordo de cooperação tecnológica, de doação alimentar (cereais), de aumento da capacidade produtiva (transferência de tecnologia industrial), o memorando de cooperação económica no exterior e, ainda, o acordo entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e a China National Petroleum Corporation. Aliás, depois das conversações oficiais e posterior assinatura dos acordos de cooperação bilateral, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República Popular da China, Zhang Ming, sublinhou que o acordo de coopera- ção estratégica global assinado entre as duas partes representa um grande reforço e elevação da cooperação sino-mo- çambicana, assim como eleva o compromisso que os dois governos têm de assegurar o melhor para os seus povos. A cooperação estratégica global inclui, segundo clarificou Zhang Ming, todas as áreas de intervenção, nomeadamente a componente política, segurança, economia e cultura. As conversações oficiais foram dirigidas pelos Presidentes moçambicano, Filipe Nyusi, e chinês, Xi Jinping. Durante a visita, o Presidente da República manteve conversações oficiais com o seu homólogo chinês, e encontros com o Presidente da Assembleia Popular Nacional da China, o Primeiro-Ministro e homens de negócios, e participou na abertura da Conferência Mundial sobre o Turismo. Visitou, igualmente, vários locais de interesse, tais como a Academia Militar de Nanjing, o Station Service de Nanjing, o City Urban Exhibition Hall, a Empresa de Equipamentos e Veículos Ferroviários de Jinan, o Campus do Colégio Vocacional de Jinan, o Sistema Ferroviário de Alta Velocidade, entre outros locais. No sentido de assegurar o devido lobbing e expor as potencialidades do país aos empresários da terra de Mao Tse- -Tung, o Presidente da República encontrou, na sua agenda carregada, espaço para participar em fóruns empresariais, eventos dos quais resultaram vários compromissos de parceria entre o sector empresarial moçambicano e chinês. A visita à Academia Militar de Najing foi mais histórica, no sentido de ver por onde passaram grandes dirigentes da epopeia libertadora do país e, não só. Durante a conferência de imprensa que marcou o fim da visita, o Presidente da República disse que a viagem tinha sido bastante positiva, tendo em conta os acordos assinados e tudo quanto se conseguiu fazer nos cinco dias de visita à China. Assim, sintetizou o PR, “o nosso objectivo manteve-se: vir até aqui para inaugurar um novo ciclo de relacionamento com este país. Portanto, viemos para dizer que nós continuamos com a mesma intenção; que continuaremos a refor- çar as nossas relações de amizade e cooperação, relações políticas e diplomáticas. Viemos aqui, sobretudo, para dizer que queremos ser muito mais agressivos comercial e economicamente”.